mindset & expectativas

Em uma sala de aula encontramos alunos e professores com diferentes habilidades e talentos: entre os alunos, existem aqueles que demonstram maior facilidade com matemática, linguagens e até mesmo com artes ou esportes; já entre os professores, destacam-se os mais experientes ou aqueles que atingiram maiores níveis de especialização em sua área de ensino. Além disso, existem também alunos e professores motivados a vencer os desafios percorridos durante a jornada escolar por acreditarem no poder de transformação do processo educacional e impulsionados pela vontade de aprender uns com os outros e com os próprios erros.

Por sua vez, parte central da motivação de professores e alunos é explicada pela intensa e estreita relação existente entre esses agentes, sobretudo porque as crenças e expectativas que regem essas relações afetam tanto a capacidade de ensinar dos professores, quanto a capacidade de aprender dos alunos. Os autores de um importante experimento realizado na década de 60 na Califórnia chamaram o efeito das expectativas dos professores sobre o desempenho dos alunos de Efeito Pygmalion: se os professores acreditam que seus alunos tem pouco potencial de aprendizagem, agem de acordo e produzem um ciclo perverso de reforço às baixas expectativas de aprendizado. O fluxo de expectativas existentes entre professores e alunos influencia, portanto, não apenas a crença de um professor sobre o potencial de seus alunos, mas também a crença do próprio aluno sobre seu potencial.

As crenças dos alunos sobre o próprio potencial, por outro lado, nos leva à outra teoria (mais recente, mas também bastante importante e reconhecida): a teoria de Mindset, desenvolvida pela professora do departamento de Psicologia da Universidade de Stanford, Carol Dweck. O Mindset fragmenta-se em dois tipos de mentalidade: Mindset Fixo e Mindset de Crescimento. As pessoas de Mindset Fixo creem que suas habilidades são pouco (ou nada) maleáveis, isto é, não podem ser desenvolvidas ao longo da vida, e, por conseguinte, lidam pior com situações de fracasso, têm menos incentivos ao esforço e se preocupam demais em parecer bons. Já as pessoas de Mindset de Crescimento acreditam que a quantidade de esforço que colocam sobre seus objetivos e tarefas é determinante para o seu sucesso e, principalmente, para a sua aprendizagem.
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Impulsionados por esta literatura e todo o conjunto de evidências internacionais que reforçam a importância das expectativas e do Mindset de alunos e professores sobre a qualidade do ensino, bem como pela falta de evidências para o contexto educacional brasileiro, desenvolvemos um instrumento psicológico para capturar diferentes dimensões dessas teorias e fomos à campo em 2018 para a sua validação, em parceria com a Fundação Lemann, dando início à uma agenda de Mindset e Expectativas no Brasil que tem, por objetivo, produzir evidências de como essas variáveis se relacionam com os problemas educacionais brasileiros e amparar o desenvolvimento de políticas públicas que visem melhorar o desempenho escolar e a qualidade das relações socioemocionais de professores e alunos dentro do ambiente escolar.

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